O desenvolvimento da medicina reprodutiva possibilitou a criação de técnicas de reprodução assistida com potencial cada vez maior para solucionar os problemas de infertilidade de homens e mulheres.
Entre as técnicas disponíveis atualmente – CP (coito programado), IIU (inseminação intrauterina) e a FIV (fertilização in vitro) –, a FIV é considerada a mais abrangente e a que apresenta melhores resultados.
Assim como as demais técnicas, a FIV também é dividida em etapas:
Todos os procedimentos previstos na FIV são realizados de forma altamente controlada e a técnica conta ainda com algumas tecnologias complementares, que visam o atendimento de demandas específicas, melhorando as chances de gestação para estes casos.
Leia o texto a seguir e entenda melhor como é o passo a passo da FIV!
A FIV pode ser indicada para casais diagnosticados com infertilidade – por fatores masculinos, femininos ou associados –, para casais homoafetivos e pessoas solteiras que desejam ter filhos biológicos, além de permitir também a preservação social e oncológica da fertilidade.
Contudo, as indicações da FIV devem obedecer aos limites éticos científicos estabelecidos pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), que regulamenta todos os processos envolvendo a reprodução assistida no Brasil.
Segundo o CFM, qualquer pessoa que preencha os seguintes pré-requisitos pode recorrer à FIV:
O CFM proíbe, ainda, que as técnicas sejam aplicadas com a intenção de selecionar o sexo dos embriões e para qualquer outra finalidade além da procriação humana, da mesma forma que a cessão temporária do útero e a doação de gametas e embriões não podem ter caráter lucrativo ou comercial.
Os casais que buscam a reprodução assistida após receber um diagnóstico de infertilidade, ou quando não há infertilidade – como casais homoafetivos e pessoas que desejam ter filhos mesmo solteiras –, devem realizar uma série de exames e avaliações antes de iniciar o tratamento.
Na primeira consulta normalmente é analisado o histórico de saúde individual e familiar do casal e o exame clínico é realizado em busca de alterações mais evidentes.
Listamos alguns exames que podem ser solicitados antes do tratamento:
Somente com os resultados é possível definir detalhes dos procedimentos envolvidos na FIV, especialmente o uso ou não das técnicas complementares.
Exames genéticos, como o cariótipo do casal, também podem ser solicitados, embora com uma frequência menor, caso a investigação inicial indique a necessidade, ou se houver histórico familiar de doenças hereditárias.
A etapa inicial é comum às demais técnicas de reprodução assistida, porém, na FIV o protocolo induzir o recrutamento, desenvolvimento e amadurecimento de um número mais expressivo de folículos, quando comparada às outras.
A estimulação ovariana é realizada com administração diária de medicamentos hormonais semelhantes às gonadotrofinas ou ao GnRH (hormônio liberador de gonadotrofinas), nos primeiros dias do ciclo reprodutivo, e monitorada por ultrassonografia transvaginal durante o período. O acompanhamento ultrassonográfico indica o momento em que os folículos estão prontos para a coleta.
A segunda etapa da FIV é a coleta de gametas, realizada por punção folicular (aspiração folicular), diretamente nos ovários, para as mulheres, enquanto os homens podem obter espermatozoides por amostras de sêmen e por recuperação espermática – quando são coletados diretamente dos epidídimos e túbulos seminíferos, nos casos de azoospermia.
Após a coleta, os óvulos mais íntegros são selecionados ao mesmo tempo os melhores espermatozoides são escolhidos com o auxílio de técnicas de preparo seminal. Os gametas ficam disponíveis para a fecundação, próxima etapa da FIV.
A fertilização na FIV, como o próprio nome diz, é realizada in vitro, ou seja, em ambiente laboratorial, de forma controlada. Para a fusão dos gametas, tradicionalmente colocava-se o óvulo e os espermatozoides numa mesma placa de vidro, esperando que a fecundação acontecesse naturalmente.
Hoje, é possível melhorar as chances de sucesso dessa etapa da FIV com ajuda da ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide), que seleciona apenas um espermatozoide, injetado diretamente no citoplasma do óvulo por um micromanipulador de gametas.
O período de cultivo embrionário tem início assim que a fecundação acontece. Nessa etapa, que dura de 3 a 5 dias, todos os embriões formados naquele ciclo de tratamento são avaliados segundo seu desenvolvimento, para que a seleção embrionária seja feita da melhor forma.
No dia seguinte da ICSI (D1) verificamos se ocorreu a fertilização. No D2 e D3 estamos na fase de clivagem e podemos contar e observar as células classificando os embriões com números e letras que refletem a capacidade de implantação. Em alguns casos já podemos realizar a transferência nesta fase ou então selecionar ainda mais até a fase de blastocisto (D5 ou D6).
No momento que antecede a transferência embrionária a receptividade endometrial pode ser avaliada em alguns casos e, quando o útero não está pronto, realizado o freeze-all, em que os embriões são criopreservados e transferidos apenas nos ciclos posteriores. O mesmo ocorre quando a mulher produz muitos óvulos e tem risco de desenvolver a síndrome do hiperestímulo ovarino (SHO).
A última etapa da FIV é a transferência dos embriões selecionados durante o cultivo para o útero, onde espera-se que a implantação embrionária ocorra.
O CFM também estabelece limites máximos para o número de embriões a serem transferidos para o útero, de acordo com a idade da mulher:
Na fase de blastocisto, recomendamos a transferência de no máximo 2 embriões, independentemente da idade.
Em muitos casos, a opção pela transferência de embrião único blastocisto pode ser a melhor conduta quando desejamos evitar a gravidez múltipla.
As chances de sucesso gestacional proporcionadas pela FIV são, em média, 40% a cada ciclo de realização do tratamento.
Acesse outras informações sobre a FIV tocando no link.
Postado por fiv em 22/maio/2021 - Sem Comentários