A fertilização in vitro (FIV) é a técnica mais complexa da reprodução assistida. É realizada em diversas etapas a fim de melhorar o prognóstico reprodutivo da mulher e as taxas de sucesso da intervenção. A aspiração folicular é um desses passos, sendo também conhecida como punção ovariana, recuperaçãoou coleta de oócitos, popularmente conhecidos como óvulos.
Essa etapa consiste na coleta dos óvulos de dentro dos folículos previamente estimulados. É um procedimento minimamente invasivo, seguro, realizado com uma agulha de aspiração guiada por ultrassonografia, minimizando os riscos de lesões de vasos, nervos e demais estruturas pélvicas importantes.
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A aspiração folicular também é conhecida por vários outros nomes, como:
Esse procedimento é feito após a etapa de estimulação ovariana, na qual a mulher recebe medicações para recrutar uma quantidade maior de folículos, gerando número maior degametas maduros. Naturalmente, apenas um óvulo é liberado nos ciclos naturais. Nos ciclos de FIV, sabemos que nem todos os oócitos recuperados serão viáveis, portanto, é desejável obter um número maior de óvulos por ciclo, o que é feito por meio da hiperestimulação ovariana controlada.
Durante a estimulação, a paciente é acompanhada periodicamente, comultrassonografias, para avaliação do número e do tamanho dos folículos enquanto faz uso das medicações recomendadas. Quando pelo menos dois folículos atingem diâmetros maiores que 18-20 mm, é realizada a administração de hCG para finalizar a maturação dos óvulos. Cerca de 34-36 horas depois da medicação, será realizada a punção ovariana.
A quantidade de óvulos ideal para cada paciente varia de acordo com a idade da mulher e de outros fatores, como sua saúde reprodutiva, qualidade do sêmen que será utilizado, entre outras variáveis. As decisões sobre esse aspecto devem ser individualizadas e partilhadas entre médico e paciente.
Há um tempo ótimo para a realização da coleta dos óvulos, calculado a partir da maturação dos folículos pelo hCG. Então, é muito importante que a paciente compareça à clínica no horário agendado. Afinal, também serão necessários alguns procedimentos preparatórios, como avaliação anestésica, punção de acesso venoso e admissão na sala de procedimento.
Para garantir maior conforto e segurança para a paciente, o procedimento geralmente é realizado sob sedação anestésica, ou seja, a paciente recebe uma medicação endovenosa e adormece durante o procedimento.
Atualmente, os protocolos preconizam que a aspiração folicular seja realizada com auxílio de ultrassonografia, facilitando o processo de coleta dos óvulos e evitando comprometimento das estruturas pélvicas que ficam próximas ao trajeto da agulha.
Os óvulos são colhidos um a um pela aspiração do líquido folicular, o qual contém o gameta. Então, o número de punções (“agulhadas”) será muito parecido com o número de óvulos necessários. Contudo, algumas reinserções podem ser necessárias caso haja a perda do trajeto ou risco de a agulha passar por alguma estrutura importante. O processo dura cerca de 20 a 30 minutos.
Os óvulos coletados são avaliados através de um microscópio, no laboratório de reprodução assistida. A análise dos gametas permite definir se são viáveis para utilização. Nem todos serão utilizados, pois não apresentam a qualidade necessária para o procedimento.
Os riscos de complicação da aspiração folicular são baixos, então geralmente o pós-operatório é muito tranquilo. A paciente fica algumas horas de observação devido ao uso da anestesia e logo poderá voltar para casa, sendo importante o repouso no dia do procedimento. Depois disso, ela pode voltar às atividades habituais se estiver se sentindo bem.
Todo o processo de estimulação ovariana e de aspiração folicular são essenciais para os resultados da FIV. Cada etapa é pensada para aumentar o sucesso reprodutivo da paciente e evitar complicações.
Depois de obtidos os óvulos pela aspiração folicular, eles serão fecundados com os espermatozoides.
No passado, a coleta dos gametas era feita pela visualização dos folículos em uma cirurgia aberta ou através da laparoscopia (cirurgia por vídeo). Esse procedimento apresentava taxas muito mais elevadas de complicações, o pós-cirúrgico é muito mais complexo e ainda havia o risco de comprometer a reserva ovariana da paciente.
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Postado por fiv em 26/dez/2021 - Sem Comentários