A reprodução assistida evoluiu muito com o tempo. Hoje temos recursos avançados para oferecer a possibilidade de gravidez para praticamente qualquer casal, independentemente do tipo de infertilidade ou outra razão que impeça as gestações naturais.A ovodoação (doação de óvulos) é uma das técnicas que permitiu esse avanço.
Esse procedimento poderá ser feito por pessoas heterossexuais, homoafetivas, cisgênero e transgênero. No entanto, há regras éticas rígidas para a ovodoação. Ficou interessado(a)? Confira nosso post!
A doadora deve ter até 37 anos na data da coleta dos gametas e não pode apresentar doenças sexualmente transmissíveis nem histórico de condição genética familiar ou outro fator que comprometa a qualidade dos óvulosou possa causar doenças no feto. Já a receptora deve ter até 50 anos, salvo algumas situações individualizadas.
As outras regras do procedimento são:
Como o nome do procedimento enfatiza, trata-se de doação. Nesse sentido, é proibida a obtenção de óvulos mediante qualquer contraprestação financeira e patrimonial, por exemplo.
Os receptores dos óvulos não conhecerão a identidade dos doadores e vice-versa. Todas as etapas da ovodoação são conduzidas pela clínica, que deve manter a privacidade dos envolvidos.
Em 2020, o Conselho Federal de Medicina (CFM), órgão que regulamenta a reprodução assistida no Brasil, passou a autorizar doação de gametas (óvulos ou espermatozoides) de parentes de até quarto grau do casal, contanto que não ocorra consanguinidade.
Também é possível a gestação compartilhada, em que os óvulos de uma pessoa do casal formarão embriões que serão gerados no útero de sua parceria, como nos casos a seguir:
Em 2020, o CFM explicitou a possibilidade de utilização das técnicas de RA por pessoas transgênero.
A identidade civil das doadoras anônimas e dos receptores não será quebrada sob nenhuma hipótese. No entanto, em situações de saúde especiais, informações sobre os doadores poderão ser fornecidas para os médicos que acompanham o caso. Essa divulgação se restringirá aos dados absolutamente necessários para a resolução do caso de saúde que motivou a quebra do sigilo.
Os centros de reprodução assistida que realizam a ovodoação devem manter um registro com as seguintes informações sobre os doadores:
Com isso, diante de riscos ou ocorrências médicas, as informações poderão ser usadas em benefício do concepto ou da gestante pelo médico assistente do caso.
Para evitar o risco de formação de uma prole a partir de dois parceiros com a mesma origem genética materna devido à ovodoação, é mantido um registro de nascimentos pelo material de cada doador a fim de evitar mais de duas gestações de crianças de sexos diferentes em uma área de um milhão de habitantes.
Então, assim que houver dois nascimentos de sexos diferentes com a contribuição de umamesma doadora, os bancos de gametas não poderão mais utilizá-los.
Uma mesma doadora, porém, poderá contribuir com múltiplas gestações desde que os óvulos tenham sido doados a uma mesma família receptora.
A escolha da doadora anônima é feita pelo médico assistente. Dentro do possível, ele deverá escolher aquela que apresente uma maior semelhança fenotípica, como traços físicos e biotipo, da mulher receptora.
Todos os envolvidos na ovodoação deverão assinar um termo de consentimento livre e esclarecido no qual constam as regras relacionadas à técnica. Quanto à execução, ao contrário da doação de sêmen, cujo procedimento é bem simples, a ovodoação demanda um tratamento mais extenso com:
Uma situação possível é que os óvulos sejam doados por pacientes que passaram pela reprodução assistida, como:
Já o casal receptor da doação passará por alguns procedimentos específicos da FIV com ovodoação:
Quando as condições uterinas adequadas forem alcançadas, agenda-se a coleta do sêmen ou recepção de material doado. Então, a fertilização do gameta feminino é feita pelo método tradicional ou pela injeção intracitoplasmática de espermatozoides(situação mais comum).
Depois disso, o embrião formado será cultivado por 3 a 5 dias e depois transferido para o útero da receptora.
Apesar de complexa, a ovodoação tem permitido que muitos casais e pessoas solteiras realizem o sonho de gestar. Ela pode ser associada a outros métodos de reprodução assistida, o que permite que praticamente todos os indivíduos possam se beneficiar da recepção de um óvulo desde que se adéquem às regras do CFM.
Quer saber mais sobre a reprodução assistida? Confira nosso texto especial sobre o tema!
Postado por fiv em 28/dez/2021 - Sem Comentários