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O que é mioma?

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Os miomas são tumores benignos que desenvolvem a partir de uma única célula alterada presente na camada muscular do útero, o miométrio. Por isso, precisamos falar um pouco sobre a estrutura desse órgão antes de nos aprofundarmos no assunto. O útero é um órgão constituído por três camadas:

  • Endométrio: camada interna da cavidade uterina formada por tecido epitelial altamente vascularizado. Nela o embrião se implanta iniciando a gestação;
  • Miométrio: é a camada intermediária, composta por várias fileiras concêntricas de células musculares. Além de dar forma e elasticidade ao útero, o miométrio apresenta contrações, que influenciam várias etapas da reprodução humana;
  • Perimétrio: é a cobertura externa, um revestimento seroso que protege o órgão do atrito com outras estruturas.

Quer entender melhor? Acompanhe o nosso post!

O que é mioma?

Clinicamente dizemos que o mioma é um tumor benigno monoclonal das células do músculo liso do miométrio:

  • Tumor benigno: é uma proliferação excessiva de células que geralmente não invade outras estruturas e nem causa metástases destrutivas;
  • Monoclonal: crescem a partir de um único tipo de célula, os miócitos, que se organizam em vários círculos para formar a parede muscular do útero.

Os miomas podem surgir como lesões únicas ou múltiplas que se originam do miométrio.

Prevalência dos miomas

Cerca de 70% a 80% das mulheres apresentam miomas após a menopausa, geralmente sem notar nenhum sintoma (50% dos casos). Essas lesões são mais comuns e mais graves nas mulheres negras, que têm mais risco de:

  • Receber o diagnóstico mais jovens;
  • Serem diagnosticadas com lesões múltiplas;
  • Necessitar de cirurgia para retirada dos miomas.

Tipos de miomas

Os miomas são classificados principalmente de acordo com a sua localização:

  • Submucosos: mais de 50% de proeminência, ocupando a camada submucosa do útero;
  • Intramurais: proeminência maior do que 50% do seu volume no miométrio;
  • Subserosos: mais de 50% do tumor com proeminência na camada serosa.

Os submucosos podem ainda ser subdivididos em:

  • tipo 0: são os miomas pediculares intracavitários, os quais apresentam mais de 90% do seu volume dentro da cavidade uterina;
  • tipo 1: são os miomas sésseis com mais de 50% do volume com protrusão para a cavidade uterina;
  • tipo 2: são os sésseis com menos de 50% do volume com protrusão para a cavidade uterina.

Sintomas, diagnóstico e tratamento dos miomas

Mais de 50% das mulheres com miomas não apresentam nenhum sintoma. Os casos sintomáticos podem se manifestar por:

  • Sangramento uterino anormal; fluxo aumentado, períodos menstruais mais longos, irregularidade dos ciclos e sangramento fora do período menstrual;
  • Sangramento uterino após a menopausa;
  • Cólicas menstruais intensas (dismenorreia);
  • Dor pélvica crônica;
  • Obstrução intestinal ou urinária (quando o mioma comprime o reto e o intestino);
  • Obstrução ou incontinência urinárias (compressão das vias urinárias ou da bexiga).

Nas mulheres em idade fértil, um sintoma muito comum que pode passar desapercebido por muitos anos é a infertilidade. No entanto, nem todos os tipos de mioma estão relacionados a essa complicação.

Em qualquer localização, miomas maiores do que 4 a 5 centímetros podem reduzir as taxas de gestação. Para os miomas menores, os estudos mostraram uma queda da fertilidade em mulheres portadoras de miomas intramurais que distorcem a cavidade uterina e em miomas submucosos.

Fatores de risco dos miomas

Os miomas são tumores dependentes de estrogênio, sendo assim os fatores que aumentam a exposição da mulher à forma mais ativa do hormônio (estradiol) aumentam o risco de seu desenvolvimento:

  • Ausência de gestação prévia (nuliparidade);
  • Menarca precoce;
  • Menopausa tardia.

Além disso, a doença parece estar relacionada a estados inflamatórios. Portanto, doenças crônicas, como a hipertensão arterial sistêmica e a obesidade, são fatores de risco. Por fim, os miomas apresentam um componente genético hereditário, sendo mais comuns em mulheres negras ou pessoas com mãe, filhas ou irmãs diagnosticadas.

Diagnóstico dos miomas

O diagnóstico geralmente é confirmado pela ultrassonografia pélvica transvaginal e/ou pela ressonância magnética da pelve. Em casos de miomas submucosos, a histeroscopia diagnóstica também é um exame muito útil para o diagnóstico.

Tratamento dos miomas

O tratamento é individualizado de acordo com os sintomas e os objetivos da mulher, podendo envolver:

  • Tratamento clínico hormonal e anti-inflamatório: pode reduzir as queixas de sangramento e melhorar a anemia;
  • Retirada do mioma (miomectomia): para a reversão da infertilidade, as evidências mostram um benefício significativo nos casos de miomas submucosos;
  • Retirada do útero (histerectomia): indicada para as mulheres sintomáticas, refratárias ao tratamento clínico, com prole definida (sem desejo de novos filhos).

As mulheres podem criopreservar óvulos e/ou embriões antes da cirurgia, se ela for necessária. Eles poderão ser transferidos para o útero após a cirurgia e o tempo necessário de recuperação cirúrgica do útero.

Quer saber mais sobre o tratamento da infertilidade em pacientes com miomas uterinos? Então, não perca nosso texto sobre o assunto!

Postado por fiv em 27/ago/2021 - Sem Comentários

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