O ultrassom é um equipamento muito utilizado na reprodução assistida. Afinal, permite a avaliação de diversas etapas dos processos de diferentes técnicas, desde o diagnóstico da saúde reprodutiva até o acompanhamento dos resultados terapêuticos.
Devido à sua importância, é essencial que o casal entenda como ele funciona e como ele é aplicado. Afinal, é muito provável que ambos os parceiros passem por algum exame ou tratamento assistido pela ultrassonografia.
Quer entender melhor? Acompanhe!
O ultrassom é um equipamento que produz vibrações em um ritmo mais rápido do que nossos ouvidos conseguem ouvir. Elas se chocam com as estruturas do nosso corpo e são captadas pelo sensor do aparelho.
Então, um computador interpreta essas informações e gera uma imagem, que reproduz as características físicas dos órgãos e tecidos. Além disso, outras tecnologias podem ser incorporadas ao método, como:
Ultrassom com doppler: pela análise da velocidade do sangue, é possível avaliar a funcionalidade da circulação em determinado local;
Ultrassom 3D: com programas de computador mais avançados, a imagem é gerada em três dimensões.
São inúmeras as aplicações da ultrassonografia na reprodução assistida. Entenda algumas delas a seguir!
A base de um bom acompanhamento em medicina reprodutiva é o cuidado com a saúde geral e sexual do casal. Nesse sentido, a ultrassonografia pélvica faz parte dos exames padronizados para a investigação inicial de todo o indivíduo que passará por intervenções.
Isso é importante mesmo para aqueles pacientes férteis, assintomáticos ou que já conhecem uma causa provável de infertilidade. Afinal, é preciso avaliar as outras condições orgânicas que resultam no sucesso de uma gestação.
Diante da queixa de infertilidade, a ultrassonografia é um dos exames mais completos para a avaliação do sistema reprodutor da mulher:
Reserva ovariana: a contagem de folículos antrais é um dos métodos recomendados para avaliar esse parâmetro de fertilidade, assim como a dosagem de hormônio antimülleriano;
Patência das tubas uterinas e da cavidade uterina: verificar se há alguma obstrução nos canais desses órgãos, nos quais ocorrem eventos importantes, como o transporte de gametas e do embrião;
Receptividade do endométrio: avaliação das características e da dinâmica do tecido endometrial, buscando especialmente deformações da cavidade, espessura no período próximo à ovulação e sinais de inflamação.
Além disso, permite o diagnosticar ou identificar sinais de doenças que causam infertilidade feminina, como:
Anomalias congênitas;
Pólipos uterinos;
Endometriose;
Aderências (sinequias);
Síndrome dos ovários policísticos, entre tantas outras.
Na avaliação da fertilidade masculina, o ultrassom pode:
Avaliar o fluxo sanguíneo e linfático pelo Doppler;
Diferenciar causas obstrutivas de não obstrutivas de infertilidade;
Avaliar infecções, doenças benignas ou malignas nos epidídimos, no testículos, na próstata e nos canais seminais.
Muitas intervenções invasivas no homem e na mulher são empregadas na medicina reprodutiva, tanto para diagnóstico quanto para o tratamento. Os procedimentos endoscópicos uterinos são aqueles feitos sem realizar cortes para a visualização direta do órgão. Eles são menos invasivos, melhoram a recuperação pós-cirúrgica e apresentam menos riscos de complicação.
Esses benefícios podem ser potencializados quando o médico utiliza a ultrassonografia para melhorar a visualização das estruturas do útero e do trajeto dos instrumentos cirúrgicos. O uso do ultrassom reduz os riscos de:
Complicações durante e depois da coleta de gametas pela aspiração do epidídimo, dos testículos e dos ovários;
Perfuração uterina;
Necessidade de conversão de procedimentos endoscópicos para cirurgias abertas (laparotomia);
Necessidade de um novo procedimento para completar o anterior.
Especificamente na FIV, apresenta várias aplicações importantes:
Estimar a resposta à estimulação ovariana: a contagem dos folículos antrais é uma forma de estimar a reserva ovariana. Antes do início, esse parâmetro será utilizado para definir a expectativa de resposta do tratamento (baixa, normal ou elevada). Isso definirá a “potência” dos medicamentos utilizados para estimular.
Monitorar a evolução dos folículos após estimulação ovariana: é importante para avaliar a resposta ao tratamento. Além disso, facilita a escolha do momento adequado para evitar a síndrome de hiperestimulação ovariana, além de otimizar a coleta do número de folículos maduros e viáveis.
Aumentar a segurança da aspiração dos folículos: a coleta de folículos por aspiração é mais bem sucedida e segura quando o médico pode visualizar o trajeto da agulha pela ultrassonografia.
Auxiliar a tomada de decisão pelo melhor momento de implantação do embrião: para melhorar as chances de sucesso da FIV e evitar complicações, é importante transferir o embrião no momento em que o endométrio está mais receptivo. Um dos métodos para isso é a avaliação visual pelo ultrassom.
Guiar a implantação do embrião: Em vez de fazer a transferência às cegas, o ultrassom faz com que o médico visualize a cavidade uterina e o trajeto do cateter durante todo o procedimento. Isso torna a técnica menos traumática e mais precisa, melhorando as taxas de implantação efetiva, de evolução para uma gestação e de nascimentos vivos.
Após à FIV ou à fertilização natural assistida, o ultrassom permite:
Monitorar o sucesso e a evolução da gravidez;
Verificar a existência de gestação múltipla (consequência comum após a FIV e à estimulação ovariana);
Diagnosticar a gravidez ectópica e os abortamentos;
Identificar doenças fetais, entre outros usos.
Por tudo isso, o ultrassom é certamente um dos equipamentos mais utilizados em procedimentos diagnósticos e terapêuticos de reprodução assistida. Cada vez mais, seu emprego se amplia e se torna mais popular entre os especialistas da área.
No entanto, para bons resultados, é preciso que você busque um profissional capacitado e experiente nas técnicas ultrassonográficas.
Quer saber mais sobre a ultrassonografia pélvica e seu papel na medicina reprodutiva? Confira este artigo!
Postado por fiv em 26/jul/2021 - Sem Comentários